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HISTÓRIA DO BRASIL
Esta História do Brasil se dirige aos estudantes do Ensino 2º grau e das universidades e
tem a esperança de atingir também o público letrado em geral. A ambição de abrangência
parte do princípio de que, sem ignorar a complexidade do processo histórico, a História é uma
disciplina acessível a pessoas com diferentes graus de conhecimento. Mais do que isso, é uma
disciplina vital para a formação da cidadania. Não chega a ser cidadão quem não consegue se
orientar no mundo em que vive, a partir do conhecimento da vivência das gerações passadas.
Qualquer estudo histórico, mesmo uma monografia sobre um assunto bastante
delimitado, pressupõe um recorte do passado, feito pelo historiador, a partir de suas
concepções e da interpretação de dados que conseguiu reunir. A própria seleção de dados tem
muito a ver com as concepções do pesquisador. Esse pressuposto revela-se por inteiro quando
se trata de dar conta de uma seqüência histórica de quase quinhentos anos, em algumas
centenas de páginas. Por isso mesmo, o que o leitor tem em mão não é a História do Brasil -
tarefa pretensiosa e aliás impossível - mas uma História do Brasil, narrada e interpretada
sinteticamente, na óptica de quem a escreveu.
O recorte do passado, seja ele qual for, obedece a um critério de relevância e implica o
abandono ou o tratamento superficial de muitos processos e episódios. Como todo
historiador, faço também um recorte, deixando de lado temas que por si sós mereceriam
monografias. Entre tentar "incluir tudo", com o risco da incongruência, e limitar-me a
estabelecer algumas conexões de sentido básicas, preferi a segunda opção. Com esse objetivo,
procurei integrar os aspectos econômicos, político-sociais e, em certa medida, ideológicos da
formação social brasileira, deixando de lado as manifestações da cultura, tomada a expressão
em sentido estrito. Essa exclusão não se baseou em um critério de relevância, mas de outra
natureza que é necessário esclarecer. Parti da constatação de que o inter-relacionamento
entre a estrutura sócio-econômica e as manifestações da cultura é por si só um problema
específico, que demanda seguir outros e difíceis caminhos. Como não poderia percorrê-los,
preferi deixar de lado os fatos da cultura, em vez de simplesmente enumerá-los, em um
esforço de mera catalogação. Por exemplo: ao falar das Minas Gerais dos últimos decênios do
século XVIII, deixei de lado o arcadismo literário, a arquitetura e a música barroca; ao lidar com
os anos 20 deste século, deliberadamente, não cogitei do movimento modernista.
Cabe ainda lembrar uma razão adicional para esse procedimento: um outro volume da
coleção versará sobre a literatura.
A VERDADE QUE LIBERTA RSA
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